[de nossas próprias mãos]
Cinco poemas de Lucas R. Gaspar
eu
_____é
múltiplo
de nós
quando ninguém
operar as
máquinas
ossatura será
nossa
dimensão
irreconstituível
ossada será
nossa
dimensão
jamais escavável
irremediável
a terra
expor-se
novamente
sem fratura
ao fundo de um
cofre obcecado
os possíveis
implodem-se
este mundo é
acabado
lhe resta a vida
em pleno
aplainamento
não fossem
os mortos
sonhando
a si mesmos
e outros tantos
a fabricar corpos
seria um infortúnio
não um
presságio
acima é o céu aberto é o
ventre avesso, solto
em ossada mambembe.
a rabulejar, a vida cabreira
em encolha mineral
de nossas próprias mãos
uma sumaúma
desd’a raiz à copa
incinerada
a sumaúma
tod’ela foligem
o céu e a terra deixa
sob(e) um manto de cinzas
20 de junho, 2017
Seção: Poesia Index: Lucas R. Gaspar
belos poemas, parabens
Muito bom